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Autismo e Arquitetura

Autismo e Arquitetura: como projetar espaços inclusivos e seguros

Quando falamos de autismo e arquitetura, muitas vezes pensamos apenas nos aspectos comportamentais e sensoriais que afetam as pessoas com esse transtorno do neurodesenvolvimento, no entanto,  a arquitetura pode influenciar o bem-estar dessas pessoas e promover ambientes mais adequados às suas necessidades singulares mais do que se imagina.

Vale pontuar que o autismo não é uma doença, mas sim uma condição que requer um olhar cuidadoso e amável, especialmente ao criar espaços que contribuam para um ambiente saudável e acolhedor. A seguir, a Medvitae Arquitetura explora o assunto e traz algumas soluções para empresas que desejam adaptar seus espaços com foco na acessibilidade. 

Como melhorar a arquitetura para pessoas com autismo

Autismo e Arquitetura
Autismo

O autismo é uma condição de neurodesenvolvimento que afeta cada pessoa de forma singular, exigindo uma abordagem cuidadosa na criação de ambientes que atendam às suas necessidades sensoriais e cognitivas. A arquitetura, nesse contexto, não é apenas uma questão estética, mas uma ferramenta poderosa para promover o bem-estar e a inclusão.

Ao projetar para pessoas com autismo, é essencial levar em conta elementos que ofereçam conforto e segurança, além de considerar suas particularidades sensoriais. Mas como garantir que esses espaços sejam acolhedores, especialmente em ambientes públicos?

Primeiramente, há diretrizes gerais que podem ser seguidas para criar espaços inclusivos. Uma das considerações principais é a acústica. Ambientes com isolamento acústico adequados, que minimizem ruídos e ecos, por exemplo, são fundamentais para trazer uma sensação de tranquilidade. Muitas pessoas com autismo podem se sentir sobrecarregadas em espaços barulhentos, sendo essencial reduzir esses estímulos.

Outro ponto essencial é a previsibilidade do ambiente. Dicas visuais, como sinalizações claras sobre o que será encontrado em cada área, podem ajudar a diminuir a ansiedade. Isso pode ser aplicado, por exemplo, em escolas, empresas ou aeroportos, onde plaquinhas indicam se a sala estimulará a visão, o som ou o tato. Essa previsibilidade ajuda a pessoa a se preparar para os estímulos e se sentir mais confortável.

A rotina também é muito importante para muitas pessoas com autismo, pois a quebra de padrões pode gerar desorganização sensorial e emocional. Portanto, projete espaços que respeitem a continuidade e a rotina é uma estratégia eficaz. Ao mesmo tempo, é vital pensar em “espaços de fuga”, áreas onde uma pessoa possa se retirar e recuperar o equilíbrio sensorial quando os estímulos se tornarem excessivos. Esses espaços devem ser neutros e menos estimulantes, oferecendo um refúgio seguro.

Além disso, ao desenhar espaços públicos, como aeroportos, escolas ou hospitais, é importante criar ambientes que promovam a segurança física. Isso inclui o uso de materiais acolchoados, proteção em pilares e quinas, e até mesmo graus de proteção em áreas elevadas, prevenindo acidentes. Em momentos de crise, pessoas com autismo podem se autoagredir ou agredir outras pessoas, o que torna essencial projetar locais que garantam a integridade física de todos os envolvidos.

A divisão dos estímulos sensoriais em diferentes áreas também é necessária. Separar ambientes com foco em estímulos auditivos, visuais ou táteis ajuda a evitar a sobrecarga sensorial. Muitas vezes, projetar um espaço com estímulos demais pode ser aversivo para algumas pessoas, reforçando a importância de criar transições suaves entre áreas sensoriais diferentes.

A importância do Laudo de Acessibilidade no autismo e arquitetura

Laudo de Acessibilidade  (Pinterest)
Laudo de Acessibilidade (Pinterest)

Quando se fala em criar espaços inclusivos para pessoas com autismo na arquitetura, o laudo de acessibilidade surge como um elemento essencial no processo de planejamento e execução de projetos inovadores. Emitido por profissionais especializados, como arquitetos ou engenheiros, o documento avalia o espaço e verifica se ele está adequado para garantir a segurança, o conforto e a autonomia das pessoas com necessidades especiais.

No caso de indivíduos com autismo, o laudo não só avalia questões físicas, como rampas, corrimões e sinalização, mas também aspectos sensoriais que podem impactar diretamente o bem-estar dessas pessoas.

A acessibilidade vai além das barreiras físicas. Ela abrange o ambiente como um todo, incluindo o controle de estímulos auditivos, visuais e táteis. Um laudo bem elaborado identifica pontos críticos onde a sobrecarga sensorial pode ocorrer, recomendando melhorias como o uso de materiais acústicos para reduzir ruídos ou a criação de áreas de transição e fuga, que ajudam as pessoas com autismo a se reorganizarem emocionalmente em situações de estresse.

Além disso, ele garante que o projeto atenda às normas técnicas de acessibilidade, como a NBR 9050, que estabelecem parâmetros para a construção de ambientes inclusivos. Isso é especialmente importante em locais públicos, como aeroportos, escolas, hospitais e centros de lazer, onde é necessário abranger uma diversidade de necessidades sensoriais e cognitivas, proporcionando uma experiência segura e acessível para todos. Na Medvitae Arquitetura somos especializados na construção desse laudo. Converse com um especialista e peça o seu! 

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