A adoção de critérios de acessibilidade é obrigatória em obras públicas e privadas, mas, na prática, muitos projetos trazem erros comuns na arquitetura inclusiva ao atender às exigências básicas da NBR 9050.
A norma estabelece parâmetros técnicos detalhados para garantir que espaços sejam utilizáveis com segurança e autonomia por todas as pessoas, incluindo aquelas com deficiência ou mobilidade reduzida.
Quando ignoradas, essas exigências resultam em barreiras físicas que comprometem a inclusão, expõem usuários a riscos e descumprem a legislação. Conhecer os erros mais frequentes é o primeiro passo para evitá-los ainda na etapa de projeto ou corrigir falhas em obras já executadas. Por isso, a Medvitae Arquitetura lista os principais a seguir, assim como ensina como evitá-los.
1. Inclinação inadequada de rampas entre os erros comuns da arquitetura acessível
A inclinação das rampas é um dos aspectos mais críticos. Declividades acima dos limites estabelecidos pela norma tornam o acesso difícil ou inseguro para cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida.
O erro costuma ocorrer por falta de espaço ou desconhecimento técnico. A NBR 9050 estabelece inclinações máximas que variam conforme o comprimento da rampa.
Solução: respeitar rigorosamente os limites indicados pela norma e prever áreas de transição e descanso quando necessário.
2. Ausência ou instalação incorreta de corrimãos
Entre os erros comuns da arquitetura acessível também envolve os corrimãos. Isso porque corrimãos mal posicionados, instáveis ou completamente ausentes em rampas e escadas são falhas recorrentes.
A norma define altura, diâmetro, resistência e fixação dos corrimãos, que devem estar sempre em ambos os lados da rampa. O não atendimento compromete diretamente a segurança de quem depende desse apoio.
Solução: seguir as dimensões técnicas e usar materiais firmes, com instalação sólida e contínua.
3. Falta de sinalização tátil, visual e sonora
A ausência de sinalização adequada, por outro lado, dificulta a orientação de pessoas com deficiência visual ou auditiva.
Os erros mais comuns envolvem a inexistência de piso tátil direcional e de alerta, placas visuais mal posicionadas ou sem contraste suficiente e falta de avisos sonoros em elevadores.
Solução: prever desde o início do projeto os pontos de orientação necessários e seguir as diretrizes específicas para cada tipo de sinalização exigida pela NBR 9050.
4. Espaços de circulação insuficientes
Portas estreitas, corredores apertados e áreas de manobra limitadas também impedem a livre movimentação de cadeiras de rodas e outros dispositivos de apoio.
A norma define larguras mínimas para passagens e áreas de aproximação junto a equipamentos, móveis e sanitários. Ignorar essas dimensões é um erro comum, especialmente em reformas.
Solução: respeitar as medidas mínimas desde a planta e evitar qualquer obstrução ao longo do percurso.
5. Superfícies escorregadias e desníveis mal resolvidos
Rampas, corredores e áreas de acesso com materiais lisos, irregulares ou mal nivelados representam risco de quedas.
Outro erro comum é a presença de degraus isolados, sem sinalização ou alternativa de acesso.
Solução: utilizar pisos antiderrapantes, resolver desníveis com rampas adequadas e aplicar sinalização de alerta em locais críticos, como o início de escadas e mudanças de nível.
6. Iluminação inadequada entre os erros comuns da arquitetura acessível
Ambientes escuros ou com sombras acentuadas dificultam a percepção de desníveis e a leitura de sinais, comprometendo a segurança de todos.
A norma orienta o uso de iluminação uniforme e com nível de luminância suficiente para garantir a visibilidade dos elementos de circulação.
Solução: planejar a iluminação considerando pontos críticos de uso e instalar reforços onde houver risco de acidentes.
7. Desconsiderar o uso real por parte dos usuários
Por fim, projetos que cumprem a norma no papel, mas ignoram a experiência real do usuário, também falham e estão entre os erros comuns da arquitetura acessível
Falta de testes, ausência de feedback e pouco envolvimento de pessoas com deficiência durante o desenvolvimento do projeto, por exemplo, contribuem para soluções ineficientes.
Solução: realizar caminhadas simuladas, consultar usuários reais e ajustar o projeto conforme a usabilidade prática.
Ainda em dúvida do que melhorar no seu projeto?